terça-feira, 17 de novembro de 2015

Louca Alucinada


Talvez eu só precise de descanso, em algum momento dentro de mim algo se esgotou.

Disse olhando pela janela, como se alguém ali entendesse sobre o que ela dizia...
Há muito tempo não sabia descansar pensamentos, alma, coração...
Para alguns ela se imaginava louca mas no fundo era só ela ajudando o outro a decidir distâncias, era assim que ela se protegia, havia na loucura algo que remetia segurança.
Talvez por que sendo louca as explicações faziam se desnecessárias.
Aproximações a cada dia a deixava mais cansada e ao explicar isso olhando pela janela já ninguém mais queria saber, a loucura tbm tem dessas contra indicações (QUANDO SE É LOUCO POUCA COISA IMPORTA)
A insanidade já me salvou, pensou ela.
Aquele encontro marcado;
Aquela pessoa com intenções diferentes das minhas;
Aquela festa miada;
Aqueles rostos sentados na cadeira ao lado.
Aquele dia deixada no restaurante.

TODOS EU FINGI LOUCURA, ao entender que nada em mim para cada uma das ocasiões realmente interessava.

Sim não havia dúvidas, talvez fosse mesmo uma alucinada...
Ali parada entendeu que seu nome já foi dado seja louca, chata, puta, santa, menina...
Pensou que podia ser tudo ou que podia ser nada. Mas quem ali se importava?
Se especializou em entender intenções , e com isso lá estava ela vestindo mais uma vez a roupa da louca alucinada.
Foi quando ela viu que sim, estava cansada.
De mostrar o que não existia, de falar que não sentia, de caminhar como se não houvesse nada.
Quem dos rostos lembrados e dos beijos dados conhecia a louca de verdade?

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