terça-feira, 23 de outubro de 2018

Um todo.

Nós somos um todo, eles dizem...

Mas, ao acordar de manhã e sair correndo para não se atrasar, se enfurecer por não ter sentado no banco do ônibus ou por ter esquecido os fones de ouvido.

Ao dizer palavras rudes para aqueles que te magoaram só para poder desabafar algo que, mesmo havendo muita importância não vai fazer diferença alguma, além de criar um ciclo ainda maior de mágoas. 

Ao deixar de dizer o que você sente suavemente sem que isso seja uma ameaça ou culpa de outro.

Ao esquecer de dizer alguma coisa boa, mas ter na ponta da língua algo para reclamar.


Ao fazer tudo isso, essas atitudes embrutecidas e outras ainda piores,  fica a questão... Que TODO seria esse?

Pessoas leem livros, vão em palestras, veem filmes baseados em fatos reais e dizem palavras bonitas de que tudo tem um propósito e por fim, no fim de tudo isso não conseguem entender...


Esse todo ao qual entramos faz do nós, gados adormecidos, anestesiados;
Procurando por algo que disseram ser bom.

Olhando num espelho e não se vendo.
 Não vemos todas as rugas, olheiras, cicatrizes, irritações e ansiedades que flashes escondem, que textos subscrevem de forma que fiquem bonitos, aceitáveis.

Todos querem ser bonitos aos outros olhos! Olhos de quem?
Aqueles, marejados e angustiados com maquiagens, mascaras e cores?

Somos esse todo imperfeito, desiludido, frustrado e desencorajado, mas que impecavelmente mente.

Mente sobre o que sente
Sobre o que come
Sobre o que é

Esse todo é capaz de tudo.

E quando você menos espera, quando confortavelmente se ajusta e se afasta disso tudo, está lá.

você 
disfarçando sua alma.
Fugindo do seu eu.
Distorcendo sua imagem.

Para ele, o todo que é capaz de tudo. Até de engolir você.



Não quero ser esse todo, nem quero que esse todo seja parte de mim.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

34 e contando, 34 e buscando consciência.

Hoje antes de escrever esse texto, fiz uma conta simples na calculadora só para confirmar o que já sabia.

2.018 - 1.983 = 35

35 anos de idade. Ainda tenho 34.

Há consciência antes dos 30?
Eu seriamente me pergunto isso.
Quando eu era mais jovem minha consciência era tão limitada que até me envergonho.

Não vou citar exemplos, mas posso dizer que sinto imensa vergonha de opiniões que tinha como certas.

Lembrando de tudo isso, fico com um misto de vergonha e alívio, posso dizer que até um pouco de gratidão.

Tudo que sou hoje é uma versão melhorada do que fui um dia?

Tudo que sou hoje é reflexo do que vivi? Do que viveram ao meu redor?

Essa consciência que criei às vezes (quase sempre) pesa. Não sei se por tudo que mudei ou por tudo que fui.

Vocês já tiveram essa reflexão?
Ainda acredito que algumas pessoas tem a palavra reflexão associada a algo que se faz na academia rs
Ainda acho que consciência é para poucos...
Ainda conheço gente inconsciente de si e do outro.

A diferença entre o eu com 20 e poucos anos e o eu agora é que aprendi a entender que respeito também se dá ao que não te respeita.
Aprendi e aprendo sobre o tempo de cada um, embora eu ainda seja muito impaciente.
Busco minha evolução. Busco por mim e pra mim.
Buscar é uma palavra que mudou dos meus 20 e poucos anos pra cá e espero que daqui pra frente ainda encontre mais significados para ela...