Foi matando aos poucos
Como que em doses de um remédio que cura
Ela foi tomando a sua morte
Lentamente a cada despertar
Amargou o gosto
Não queria tomar.
Escreveu isso, e a cada vez que leu
Uma facada no peito
Embrulho no estômago
Por se permitir
Por se destruir
Por sempre querer tão pouco e ter menos ainda
Mania essa, de se reduzir
Fingir que não sente intensamente
Alguém decidiu ser bom assim?
Parece a mesma história contada mil vezes
Repetindo a cada pedaço
Coração partido, estraçalhado
Míngua na culpa do sentir
Jogou tudo pro alto
Pulou no vento tentando pegar
Mas ventos não permitem carona
Ela sabia que não dava mais
E depois de tudo
Ainda dói
A luta por sentir
Por não sentir
Por omitir
São como demônios esperando por ela.
Será que foi feita pra isso?
Escrever frases tristes de amores permissivos?
O que sabemos do amor?
Pra ela só rimava
Bom,
Você já sabe...
Com dor.