terça-feira, 30 de abril de 2019

Sobre nós.

Ela era outra pessoa ou era quem sempre deveria ter sido.
Cada dia mais ciente de si e mais louca do mundo...
Não é fácil ser ela, elas
Todos os dias a janela estava ali mas, ela insistia em deixar fechada.
Abria partes e olhava só para um lado.
Um dia descobriu a porta e abriu um pouco mais ainda assim, estava ali, trancada.

Quanto tempo levamos pra olhar pro teto?
Quanto tempo levamos pra ver as nuvens?

Não é simples como parece, ou é, e tudo no mundo te faz achar que não.

Fome de si, do que pode, de onde vai... 
Gosto de amarguras presas ali em algum lugar do paladar da alma.

Aprendeu que tinha algo pra falar.
Aprendeu a se escutar.

Ainda se perde é claro!
Mundo de cão com ruas, garrafas, sorrisos, cigarros, tormentas e tudo mais que aí está...

Encontra-se!
Em si, em nós ❤️

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Gelo

chorei lágrimas que parecia ácido, queimavam minha alma e pele.
Não tinha como parar
Já senti dores no peito que pareciam socos internos
Dormi e acordei como se estivesse esmagada por um caminhão.
Senti tanta saudade que no fim não sabia ao certo se quem havia ido embora era eu.
Senti tanto e por tanto tempo que a dor já não era mais evitada, virou companheira eternizada.

Agora por mais que pareça frio,
Toda dor dói menos, se demora menos e menos importante é.
Depois de algum tempo fantasmas não assustam mais e eles também se tornam bem conhecidos, sorrateiros e tomam outras formas.
Mas,você ainda os conhece em rostos, gestos e falas...
Esses fantasmas me ensinaram que a faca mais afiada sempre foi a minha, e eu?
Eu lhes dava para me ferir.
Eu era meu pior carrasco.
Então meu bem, seu efeito dói, mas não me despedaça mais.
A faca está guardada.
Não luto mais.
E não importa quantas vezes eu estenda minha mão, não importa quantas vezes eu vá ouvir sua música
Nunca mais significará como antes
Você nunca mais vai me ver chorar.
E não, eu não fechei porta alguma, as chaves nem sei onde estão.
Mas parada e congelada as lágrimas não escorrem mais.